As realizações da Universidade de Brasília (UnB) ao longo de seus 60 anos foram lembradas em sessão solene no Senado Federal na tarde de segunda-feira (25). A comemoração contou com a participação expressiva dos parlamentares da bancada do Distrito Federal e de representantes da comunidade universitária.
A senadora Leila Barros descreveu um pouco a trajetória da UnB. “Essa história de pioneirismo e resistência faz com que a instituição complete seis décadas de sucesso, antenada com o presente e esbanjando o vigor necessário para concretizar os planos para o futuro”, disse.
O senador Izalci Lucas reforçou o papel inclusivo da Universidade. "A UnB recebe um recorde de estudantes formados em escolas públicas", frisou. "Assumi um compromisso com a reitora para aperfeiçoar no Senado o projeto já aprovado na Câmara que cria uma legislação para permitir doações privadas a universidades públicas."
O senador Reguffe registrou que a UnB foi fundamental para a sua vida política. “Não se faz 60 anos todo dia e a paixão que sinto por essa Universidade é muito forte, porque eu não estaria aqui hoje se não fosse a minha passagem pela Universidade de Brasília. Parabéns a cada um que faz essa Universidade ser o que ela é hoje”, afirmou.
A deputada Erika Kokay, também egressa da UnB, ressaltou o poder de diálogo da instituição com a sociedade. “Temos que homenagear sempre a Universidade de Brasília pelo que ela representa de resistência, de generosidade e de projeto. A UnB carrega o ensino, pesquisa e extensão e a capacidade de andar e dialogar com a sociedade”, defendeu.
Outro egresso da UnB, o deputado Professor Israel relembrou sua história com a Universidade. “Eu era um garoto muito pobre, o mais velho da família e o primeiro a entrar numa universidade. No momento em que entrei na UnB, a minha vizinhança se juntou e formamos um cursinho social e vários dos meus vizinhos entraram nas universidades para fazerem cursos e passaram a acreditar em si”, contou.
O futuro da Universidade foi destaque no discurso da deputada Paula Belmonte: “Temos uma boa notícia para esses 60 anos que é a construção de uma creche, que será aberta para a população, e do primeiro centro de pesquisa em infância dentro de uma universidade federal, que dará muitas oportunidades para os jovens estudantes da UnB”.
A reitora Márcia Abrahão ressaltou o papel fundamental da bancada no Congresso Nacional no apoio à UnB: “Senadores e deputados têm sido fundamentais para a Universidade de Brasília, principalmente neste período de severa restrição orçamentária”. Além de pontos altos da trajetória da UnB, ela apontou os bons posicionamentos recentes em rankings nacionais e internacionais de ensino, além da atuação da UnB e do Hospital Universitário de Brasília na linha de frente do combate à pandemia de covid-19.
“A UnB continuará sem esmorecer, sendo estratégica para o nosso país e com enorme vontade de ser tornar cada vez mais competitiva internacionalmente. Continuaremos firmes na defesa da democracia e da liberdade de cátedra”, ratificou.
O período da ditadura militar foi relembrado em vários momentos durante a sessão, assim como as formas que a Universidade encontrou para se reconstruir.
“A UnB foi criada no período democrático, ficamos dois anos sob a democracia e 20 anos no período da ditadura. Vivemos o processo de redemocratização, inclusive com uma candidatura de funcionário à reitoria”, recordou o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Lima.
“O movimento estudantil da UnB, assim como foi linha de frente durante a ditadura, continua sendo linha de frente hoje”, afirmou Monna Rodrigues, coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE). A estudante também trouxe à tona a história do líder estudantil Honestino Guimarães.
Entrando na esfera das políticas atuais de governo para a educação, o presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Jacques de Novion, sublinhou as tentativas de manchar a imagem da Universidade. “Nos vinculam ao narcotráfico, ao crime organizado e com a balbúrdia, na tentativa de voltar a opinião pública contra o ensino superior e a ciência. Governos vêm e vão, mas nós seguimos firmes, comprometidos e determinados com a sociedade e o futuro”, defendeu o professor.
As celebrações dos 60 anos da UnB se estenderão durante todo o ano de 2022. Na próxima sexta-feira (29), será realizada uma sessão especial do Consuni em celebração à data.
Confira a íntegra da sessão solene do Senado